Médicos em zona de guerra: heróis da resistência

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Por AE Brasil el 03 de November de 2022 a las 20:49 HS
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A guerra civil de cinco anos na Síria já matou 400 mil pessoas, desalojou metade dos 22 milhões de habitantes e está devastando o sistema de saúde do país, ameaçando diariamente a vida de heroicos profissionais da saúde, sem falar dos pacientes já debilitados.

 

Imagine cuidar de crianças feridas ou idosos em um hospital que pode ser atacado por bombas. Essa é a realidade de médicos e enfermeiras - que trabalham ainda sob alta demanda, pressão e poucos recursos. Os próprios profissionais da saúde dizem que não há caixões suficientes para os mortos na Síria.

 

Em Aleppo, uma cidade com 300 mil habitantes, a situação é caótica. Restaram somente nove postos de atendimentos, sete ambulâncias e poucos médicos especializados - números do mês de maio.

 

Destruição de um sistema

 

"Nunca vi nada parecido com o que está acontecendo na Síria", disse Susannah Sirkin, especialista em política de Direitos Humanos para Médicos, que trabalha com os médicos na Síria. "É a destruição de todo um sistema avançado de saúde."

 

Desde 2011, mais de 725 profissionais de saúde foram mortos na Síria. Doze centros de saúde, apoiados pelos Médicos Sem Fronteiras, foram completamente destruídos. Este tipo de ataque, infelizmente, ocorre em outros locais de conflito. Entre 2012 e 2014, o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) registrou mais de 2.400 ataques contra instalações hospitalares em 11 países.

 

"Tudo será melhor"

 

Infelizmente, exércitos e grupos armados insistem em destruir de forma intencional ou não instalações hospitalares, atacando profissionais que lutam apenas pela vida das pessoas.

 

"A sensação de que estamos expostos a muitos perigos se intensificou. Mesmo com todos os protocolos de segurança, nos sentimos muito vulneráveis", disse Tatiana Chiarella, enfermeira brasileira ao Nexo Jornal. 

 

Ela integra a equipe dos Médicos Sem Fronteiras desde janeiro de 2014, e já esteve no Malauí, Sudão do Sul, Iêmen e Líbia.

 

"Apesar de tudo, gostamos do nosso trabalho, e seguimos em frente, sem perder a esperança de que tudo será melhor", completou Tatiana. 

 


Fontes: Nexo Jornal, Start News

Imagem: kafeinkolik / Shutterstock.com