Ela passou mais de metade da sua vida na prisão e deu a volta por cima

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Por AE Brasil el 03 de November de 2022 a las 20:49 HS
Ela passou mais de metade da sua vida na prisão e deu a volta por cima-0

Claudia Sobrero é uma argentina de 50 anos, dos quais passou quase 30 na penitenciária para mulheres de Ezeiza, um recorde na história carcerária do país. Ela foi presa em 1984, quando tinha 21 anos e duas filhas, e condenada à prisão perpétua por ser coautora de um homicídio duplamente qualificado, roubo e furto. Na época, disseram-lhe que ela sairia da cadeia morta. No entanto, ela está viva e livre.

 

“O dia em que eu saí (da prisão), chovia muito. As meninas choravam. Eu não: ria. Não vou sentir falta nenhuma desse lugar”, ela diz. Embora muitos considerem que a cadeia é um lugar para reabilitação, para Claudia, é apenas um inferno: “Você não pode querer ressocializar pessoas que nunca foram parte da sociedade. A prisão não serve para nada. O que te salva é o teu próprio esforço”.

 

Durante seu longo confinamento, ela só viu a rua duas vezes: quando fugiu e quando abusou da sua liberdade condicional. Nas duas ocasiões, foi recapturada. Em ambos os casos, ela teve que viver debaixo de uma ponte, sem comida e sem os medicamentos necessários para tratar o HIV com o qual se infectou na prisão “por culpa de uma enfermeira”, ela acusa.

 

Seu caso ficou tão famoso que, em 2010, foi lançado o documentário “Claudia”, de Marcel Gonnet, no qual sua vida é narrada, na intenção de diminuir o estigma que os detentos carregam. Claudia chegou a escrever uma carta desesperada ao ex-presidente Fernando de la Rúa, pedindo que a matassem porque ela não aguentava mais continuar na prisão. Hoje, Claudia pode dizer com orgulho que conseguiu estudar e trabalhar para seguir em frente.

 


Fonte: cosecharoja.org