Em vez de demitir funcionários analfabetos, empresa resolve ensiná-los a ler

Para uma empresa instalada na Avenida Paulista, em São Paulo, a rotina do escritório seria muito mais fácil se os próprios funcionários da limpeza pudessem indicar, numa planilha, qual sala foi limpa naquele dia e, se não foi, o motivo deveria ser explicado por escrito. 

Mas foi aí que uma triste realidade deu as caras. 

Quando recebeu a primeira planilha, a gerente Nátaly Bonato percebeu que mais da metade da equipe de limpeza não conseguia ler e escrever. 

Para muitas empresas, a solução mais fácil seria demiti-los e contratar outros. Mas Nátaly teve uma ideia melhor: procurar escolas parceiras que pudessem alfabetizar os auxiliares de limpeza. 

Logo em seguida as aulas começaram. Toda terça e quinta, no horário do almoço, três funcionários dedicavam uma hora e meia do seu tempo aos estudos. Tudo era coordenado por uma pedagoga. 

Cinco meses depois, Irene, Neuraci e ‘Madruga’ já eram capazes de escrever uma carta simples. Para celebrar o feito, a empresa fez uma festa de “formatura”, com beca, chapéu e tudo mais que tinham direito. A vitória e a dedicação dos funcionários levaram os idealizadores do projeto às lágrimas. 

“As pessoas não são descartáveis. Eu não queria que alguém passasse pela minha vida sem ter o meu melhor, sem que eu pudesse tentar. Então, eu não queria que eles saíssem daqui um dia e continuassem tendo aquelas profissões por que eles não tinham escolha”, disse Nátaly.

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