O maior suicídio coletivo da história: assassinato em massa?

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Por AE Brasil el 03 de November de 2022 a las 20:49 HS
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Em 18 de novembro de 1978, após uma ordem do pastor evangélico americano Jim Jones, 918 pessoas morreram na Guiana, no noroeste da América do Sul. Na época, a imprensa falou do maior suicídio coletivo registrado na história. No entanto, pessoas como Laura Johnston Kohl, sobrevivente da tragédia, consideram que se tratou de um assassinato em massa.

 

Três anos antes, o pastor e seus fiéis, agrupados em uma seita que se autodenominava Templo do Povo, tinham decidido se mudar da Califórnia para a selva da Guiana, um pequeno país na América do Sul perto da Venezuela. Jim Jones, fundador do grupo religioso, proclamava valores socialistas para uma nova sociedade, que não distinguiria raça nem nacionalidade.

 

Na Guiana, Jones fundou a cidade de Jonestown. "Escolhemos a Guiana porque eles falavam inglês e não haveria problemas com a imigração das pessoas que quisessem se unir ao projeto", lembra Laura Kohl. Os fiéis construíram casas e criaram uma comunidade que muitos consideravam ideal. O trabalho comunitário em fazendas permitia a autossuficiência e até mesmo o comércio com outras cidades.

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Em algum momento, a personalidade de Jones começou a mudar. O homem parecia perturbado e paranoico, com medo da traição de seu próprio povo e também dos investigadores da CIA e do FBI. Foi então que ele deu início a uma série de jornadas as quais ele denominou "noites brancas". Durante esses períodos, as pessoas simulavam um suicídio coletivo com cianeto e substâncias de outro tipo.

 

"Durante essas noites brancas, Jones dava quatro opções aos membros de Jonestown: fugir para a União Soviética, cometer um 'suicídio revolucionário', ficar em Jonestown para lutar contra os invasores ou fugir para a selva", afirma um dos muitos relatórios elaborados pelo FBI. Para as autoridades, o pastor fez uma verdadeira lavagem cerebral nos seus fiéis.

 

Em outubro de 1978, várias denúncias sobre os abusos que, supostamente, eram cometidos em Jonestown, chegaram aos ouvidos de Leo Ryan, um dos representantes da Câmara pelo estado da Califórnia, que decidiu, então, viajar à Guiana. "Com a iminência da visita, Jones começou a falar em um tom fatalista e a reforçar seu discurso, chamando de traidoras as pessoas que tentassem ir embora com o congressista Ryan", lembra Kohl.

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Em 18 de novembro, Ryan concluiu sua visita a Jonestown. Antes de partir em um avião, convidou todos que desejassem a regressar aos Estados Unidos. Alguns poucos membros o seguiram e, quando estavam na metade do caminho, abriram fogo contra Ryan e alguns jornalistas que o acompanhavam. Todos morreram.

 

Jones reuniu todos os seus fiéis e anunciou o início de uma revolução da morte. "Pelo amor a Deus, chegou o momento de acabar com isso", é a frase que ficou registrada em uma das gravações que, mais tarde, foram obtidas pelas autoridades norte-americanas. "Conseguimos tudo o que queríamos deste mundo. Tivemos uma boa vida e fomos amados", ele continuou. Acabemos com isso já. Acabemos com essa agonia", ele concluiu.

 

Então, a equipe administrativa de Jonestown começou a distribuir frascos com cianeto, que as pessoas beberam quase imediatamente, incluindo as crianças. Quando a polícia chegou ao local do suicídio, encontrou mais de 900 pessoas mortas. Jones também estava morto, porém não pela ingestão de cianeto e sim por um tiro de espingarda.

 

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