O estranho crime que fez uma avó ser uma das mulheres mais procuradas do Canadá

Embora tenha os cabelos tingidos de vermelho, Angele Grenier tem o aspecto de uma doce avozinha, impossivelmente associada a qualquer conduta criminal. Todavia, ela é uma das mulheres mais procuradas do Canadá.

Angele enfrenta acusações de contrabando que poderão mandá-la diretamente para a cadeia e obrigá-la a pagar multas em torno de 400 mil dólares. A essa altura, qualquer um poderá suspeitar que essa mulher trafica drogas ou armas... Nada disso: a preciosa substância que ela comercializa ilegalmente é o xarope de bordo, o doce e acompanhante clássico de panquecas e biscoitos.

É que em sua fazenda, no município de Sainte-Clotilde-de-Beauce, 100 km ao sul de Quebec, Grenier e seu marido produzem xarope de bordo por décadas. Como tantos outros produtores canadenses, toda primavera, eles também perfuram suas árvores para extrair a seiva que, depois de fervida, se transformará em xarope.

O problema para esses fazendeiros é que, desde 1990, eles já não possuem mais autorização para vender esse produto. Por isso, a Federação de Produtores de Xarope de Bordo de Quebec (FPAQ), com o aval da justiça, obriga-os a entregar a maior parte de sua produção.

A federação dá o monopólio da venda do xarope de bordo de Quebec aos grandes mercados atacadistas e fora das divisas da província. Além de estabelecer o preço pago aos produtores, cobra deles uma cota de 12% por cada meio quilo de xarope vendido. E como se isso não bastasse, os produtores ainda são obrigados a pagar uma comissão de mais 12%.

“Nosso xarope não nos pertence”, explica Grenier, que não hesita em chamar a federação de “uma verdadeira máfia”. Cansados dessa situação, ela e o marido, como tantos outros produtores, passaram a vender seu xarope de bordo na divisa de Quebec com New Brunswick.

FONTE: bbc.com

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